terça-feira, 31 de março de 2009

Simplesmente Feliz

Fui ver o filme por falta de opção mesmo. Os demais em cartaz eu já tinha visto.

Me arrependi logo nas primeiras cenas...
A mulher ria o tempo todo. Não, não estou falando de alguém que estivesse comigo. A personagem, ela mesma.
Ria o tempo todo, das coisas mais banais. Não tirava uma meia arrastão de garçonete do Café Photo, Star Night ou mesmo do Cabaré da Gilda, e usava umas botas de fazer inveja no Chitãozinho e Chororó.
Parecia mesmo um retardada. Coisa de maluco!!

E não fica por aí não. Tem as amigas, mais doidas ainda. A turma de alunos da escola, a família.
Em todos os lugares ela se apresentava com aquele superficialismo de doer. De dar raiva.

E o filme vai..
Um humor pastelão aqui, uma cena engraçada acolá, e nada do filme engrenar.
Achei mesmo que ela era a versão feminina do Jerry Lewis que, diga-se de passagem, eu detesto.

Até que chegamos na cena do aluno-problema, e ela se depara com uma situação que requer seriedade, iniciativa. Achei que ia decolar daí, mas a cena só serviu para incluir um assistente social na estória. Um cara com quem ela vai se envolver.

Bem, aí você me pergunta:
- Esse envolvimento é o ponto central do filme? E eu lhe digo: - Não!! Esse envolvimento é só para criar o clima para o verdadeiro momento crítico do filme, a relação dela com o instrutor de auto-escola.

Gente, a cena do diálogo do instrutor de auto-escola com ela, depois que ele a vê beijando o assistente social é fantástica.
Nesse momento é que ela percebe o que estava fazendo.

Ela, que parece nunca ter lido o Pequeno Príncipe, se dá conta do tamanho da tristeza que ela provocou no Scott.
Ah! Quem é Scott? É o instrutor de Auto-Escola (matem saudade, o hifen está com os dias contados).
Tudo bem que o Scott seja um cara sistemático, quieto, calado, até sisudo. Mas ele era, antes de tudo, um carente. Um cara que amou a vida que fervilhava nela. Que encontrou nela a sua reconexão com o mundo.

E ela percebeu o que fez. Sentiu o peso da responsabilidade por ter cativado alguém.
E ela reconhece e tem que lidar com o problema.
E o filme termina com ela envolta em água, num lago, num grande útero. Não mais tão risonha quanto no início do filme, mas igualmente feliz.

Bem-vinda, maturidade.

0 COMENTÁRIOS (Clique e Faça o Seu):

 
BlogBlogs.Com.Br