"Ela une as quatro estações
Une dois caminhos num só
Sempre que eu me vejo perdido
Une amigos ao meu redor
Ela está em todas as coisas
Até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair e ela não está
Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar
Ela só precisa existir para me completar
Une o meu viver com o seu viver"
(Jorge Vercillo)
domingo, 21 de janeiro de 2018
sexta-feira, 19 de janeiro de 2018
ABANDONO
Tudo bem, eu errei.
Fui embora, abandonei. Mas não fui para longe, apenas atravessei a rua.
Fui, para deixar o ar menos pesado.
Ali, naquela casa, não cabia mais duas pessoas tendo razão.
Fui embora, abandonei. Mas não fui para longe, apenas atravessei a rua.
Fui, para deixar o ar menos pesado.
Ali, naquela casa, não cabia mais duas pessoas tendo razão.
Fui, mas não desapareci. Tínhamos nossos finais de semana, as reuniões de pais e mestres, as competições de natação, as festas da escola.
Mantive-me presente da forma que era possível.
Ah, sim, claro, num determinado momento fui para longe.
Mas o meu emprego tinha acabado aqui.
Mas o meu emprego tinha acabado aqui.
Ou eu iria ou íamos amargar a perda dos benefícios.
Mas também não desapareci. A gente se comunicava e tinham as minhas férias, e as suas também. Feriados e carnaval.
Não estou reclamando ou cobrando presença. Muito menos satisfação.
Imaginei que, após tudo que passamos a gente poderia, ao menos, ser amigos.
Coisa simples, nada complicado.
Se ver de vez em quando, trocar idéias, nos falarmos sobre a vida, os projetos, as viagens. Nada obrigatório. Coisas naturais entre amigos.
Vejo que isso não acontece.
Sonhei que acontecesse, mas as pessoas são diferentes.
Família não quer dizer muita coisa. Nascer no mesmo lugar é apenas uma questão geográfica. E biológica também. Mas é só isso.
Guardamos a informação de família para o caso de precisarmos de um rim, ou transplante de medula, e só.
Guardamos a informação de família para o caso de precisarmos de um rim, ou transplante de medula, e só.
Para querer compartilhar, dividir, estar juntos, é preciso formar uma congregação, uma célula. Aí sim, a vida acontece e os membros, os elementos da célula, estão comprometidos com a vida uns dos outros.
Foi isso que aconteceu. Nascemos da mesma família mas formamos células diferentes.
O que posso fazer, senão respeitar esse destino e cuidar da minha vida e da minha saúde.
Ainda me resta, se necessário, fornecer uma medula ou um rim, não é mesmo?
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