quinta-feira, 31 de março de 2011

Confidências

Vai, me conta. Pode me contar.
Qual seu medo, vergonha, segredo?
O que te tira do ar?

O que te faz enrubescer, virar as costas, ter calafrios?
Vai, me conta. Deixa eu saber.
O que descobriu que é maior que você?

Medo a gente ganha sem nem perceber.
Quando vê, está com medo. Medo até de viver.
Mas medo a gente vence, basta reconhecer.

Vergonha se nasce com ela, e a vida vai desfazer.
Mas tem atos que se comete que nem dá pr'arrepender.
Fica a vergonha, danada, prá gente nunca esquecer.

Vai, me conta, deixa eu saber.
Qual é mesmo o segredo
Que você quer esconder?

Vai, me conta, deixa eu saber.
Só assim, na confidência,
saberei que conheço você.

terça-feira, 29 de março de 2011

Daquilo que eu sei

Não me chama de amigo porque não gosto.
Não gosto porque não somos amigos.
Não somos amigos porque amigos compartilham momentos.
Porque amizade se faz com interesses comuns.

Não me dê notícias de você, porque não me interesso.
Notícias não permitem que se discorde ou se concorde com elas.
Notícias são fatos, sem juízo de valor, sem opinião.
Notícias não trazem amor.

Não me convide para nada porque não quero ser convidado.
Convidados são pessoas que você reconhece em momentos especiais.
Convidados são aqueles com quem você partilha parte da sua vida.


Saiba que te amo antes mesmo de você nascer.
Não compartilho momentos para compartilhar a vida, por completo.
Não tenho interesses comuns. Tudo sou eu e você.
Nâo quero notícias, que são frias e sem personalidade.
Quero sua opinião, sua discórdia, sua anuência.
Quero você se posicionando, lutando pelo que acredita e quer viver.
Não quero momentos especiais nem partes da sua vida. Quero ela toda, inteira.
Quero ter livre acesso para não ter que ser convidado jamais.


Não me chame de amigo porque não gosto.

Me chame de pai.

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sábado, 12 de março de 2011

Por quem os sinos dobram

Tem pessoas que acreditam estar aproveitando o mundo ao máximo quando, olhando para o umbigo, buscam a felicidade.
Talvez até elas saibam o que é certo e qual a verdade mas, ou não acreditam, ou não se contentam com ela.

Querem viver ao máximo, no limite, aproveitando o que há de bom em cada um, em cada momento, em cada esquina. E daí vivem uma vida de retalhos. Retalhos que refletem como é moldada sua personalidade, seus valores, seus credos.

"Será que o amor que recebo é realmente meu?"

Poucas pessoas se questionam assim, porque para muitas isso não importa. Importa que tem cheiro de amor, tem cor de amor, tem forma de amor. Se não é amor, não tem problema.

E é bem assim: quero respeito, exijo respeito, exigo minha liberdade, exigo minha condição de humano. Exijo porque, por meu intermédio, ela não acontece. Não valorizo quem sou nem o que vivo.

Então, fico a exigir que você me dê o que eu não mereço.

Sabe por quem os sinos dobram????? Eles dobram por você.
 
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