segunda-feira, 30 de março de 2009

Mnemosine

Ontem aprendi sobre essa deusa.
Nem sabia que ela existia, mas isso é um privilégio dos deuses.
Eles se mostram quando querem.

Mnemosine representa a memória.
Uma deusa das mais poderosas.

Assim como a memória, Mnemosine deve ter apelidos, não sei. Não cheguei ainda na sua intimidade.
Mas a memória tem.

A memória se chama recordação quando ela traz imagens boas de um tempo que já se foi.
Além de imagens, a recordação traz cheiros, pessoas, lugares, sentimentos.
Recordar é reviver novamente aqueles momentos. É ser feliz novamente.
Recordar é não deixar que a morte vença.
É trazer à vida aqueles a quem amamos, é mantê-los junto a nós, apesar da distância, do tempo, da dimensão.

A memória se chama remorso quando essas imagens são de coisas que não deveríamos ter feito.
De coisas que fizemos por culpa de nossa infantilidade, de nossa imaturidade, de alguma falta de paciência, de amor, de princípios ou valores.
O remorso é uma memória poderosa, que traz para o nosso corpo as dores que inputamos à alguém. O remorso é o castigo em vida, é a Lei de Causa e Efeito em ação.
O remorso é a lembrança de que devemos nos superar, crescer, evoluir, sublimar. E, por esse lado, também é uma dádiva de Mnemosine.

A memória também se chama saudade. Saudade é a memória dos amantes que se despedem.
É o rastro do amor que se vai, é a tristeza que se instala, a incapacidade de mudar o rumo das coisas.
A saudade, como já dizia o poeta, "a saudade mata a gente".
Mas a gente só tem saudade de amor que vale a pena, que é profundo, verdadeiro, digno.
"Ficar" não deixa saudade. Saudade é efeito colateral do amor verdadeiro.

Mas aí está Mnemosine, a grande deusa da memória.
Que ela permaneça em mim para sempre, por muitos e muitos anos, porque quando ela se vai,
se instala em nós um outro deus, muito poderoso.

Alzheimer, o deus do vazio, da vida sem memória..

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