terça-feira, 20 de junho de 2017

SEM NASCIMENTO NÃO HÁ FUTURO

Ela não tem o meu nome.
Poderia ter tido, era escolha dela, mas ela escolheu não ter.

Nada do que virá dela terá o meu nome. É uma nova árvore e não parte da minha árvore. Não é um tronco nem um ramo. 
É uma nova árvore, de outro gênero, de outra família.

Meu nome termina aqui, na hora em que ela decidiu não tê-lo.
Uma opção, uma renúncia. Assim é a vida.

Talvez o outro nome soe melhor, mais sonoro. Não sei.
Não para mim. Para mim tudo que é futuro carrega o meu nome. 

Meu nome é a conexão de outros comigo. É a minha história perpetuada. Sem o nome não haverá conexão.

Talvez ela tenha escolhido por isso. Para que não haja conexões futuras. Então, que seja.

Mas as escolhas são perigosas. Uma escolha, uma renúncia.
Vou precisar lembrá-la disso, caso ela venha a se esquecer.


 
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