sábado, 19 de janeiro de 2008

De tudo, ao meu amor serei atento

Recebi por esses dias uma apresentação sobre a Terra e sua perspectiva em relação a outros planetas e estrelas. Para encurtar a conversa, em determinadas situações a Terra não passa de um pixel - coisa ínfima - quando comparada a algumas estrelas.

Tudo no universo faz parte de um móbile, um grande móbile. Mesmo que não saibamos, vejamos ou desejamos, uma estrela que se desloque alguns quilômetros de sua posição atual pode alterar todo o equilíbrio desse universo, e a Terra pode ser literalmente “sugada” pela força que essa pequena aproximação pode causar.

E o que somos, o que representamos nisso tudo? Nada? Menos que nada? Não pode ser. Mas, em muitas das vezes, é assim que nos sentimos: pouco ou nada. Indefesos e insignificantes até que, tenhamos dentro de nós o sentimento de amor.

Amor por alguém, amor por nós mesmos, amor pela vida, pelo mundo, pelo outro. O amor nos consola, nos multiplica, divinifica nossas ações. Com amor, e por amor, aceitamos as tribulações, resolvemos os problemas, superamos obstáculos, ampliamos a própria noção de nós mesmos, do mundo, do universo.

Estive um dia desses com um grande amor. Conversamos e a química que tanto nos fez superar obstáculos para ficarmos juntos ainda se fazia presente. Relembramos momentos que não acreditávamos termos passado e superado juntos. Relemos bilhetes de amor, de promessa, de futuro. Foi um encontro de gratidão com a vida, com o que vale a pena. Foi uma renovação da fé na vida e no amor.

O amor se processa em tudo. Num telefonema que recebo e que nem percebo os quase 90 minutos que ficamos conversando. E ela sempre dizendo que minha vida está ótima, que sou um felizardo. “Seu amor é a minha cura, é doce paixão” como diz a Claudinha do Babado Novo. Acho que nunca falei isso pra ela, mas vou dizer, para que ela saiba o quanto ela e o que ela faz e diz é importante para mim.

Há uns dias, logo na segunda dezena de dezembro homenageei uma pessoa muito importante numa fase da minha vida. Pensei muito antes de o fazer, afinal já havia se passado alguns anos. Mas nem eu mesmo tinha me dado conta do tanto que havia amado, fato que só reconheci há pouco tempo, fazendo uma revisão na minha história. A gente tem essas coisas de tentar negar o amor, né? Pois é, me enchi de coragem, me preparei para não receber nenhuma manifestação da outra parte (até garanti para ela que não precisava) e fui à luta. Homenagear o amor é uma coisa fantástica. Foi muito bom para mim, além de ter conseguido resgatar o sentimento em toda a sua intensidade. Não sei o que isso representou para ela porque não recebi nenhum retorno, mas me senti em paz e honesto com o meu coração.

Precisamos disso, de estarmos atentos ao amor. Não só à pessoa amada, mas ao sentimento de amar. Estar atento ao amor. Amor de mãe, de irmão, de amigo, amor de um dia, amor para a vida toda.

Nas férias, estive com meu irmão exatamente resgatando esse amor que nossas personalidades nem sempre cuidaram de preservar. Foi muito bom. Nos respeitamos e garantimos que, além das maneiras de viver, dos pontos de vista, das percepções diferentes de mundo, somos irmãos, temos um sentimento comum de amor e reconhecemos que ele, o amor, deve estar acima de tudo. Pronto! Estamos em paz. E isso resgata também todo o propósito de vida que nossa mãe sempre colocou para nós: Amar a vida e vivermos bem entre nós, nos respeitando e nos apoiando mutuamente.

Hoje estou na casa de minha irmã. Aqui, ela se desdobra para que eu me sinta bem, para que eu me sinta em casa. E é assim que me sinto aqui. Em casa, acolhido, aceito, em paz. E muito mais que a presença dela, o amor que nos une garante que seremos eternos um para o outro.

E então? E se Antares resolver dar uma aproximada da Terra? Fazer o que, né? Devemos é estar cientes de que nossa vida vale a pena, por cada segundo que vivemos, por cada pensamento que produzimos, por cada gesto que expressamos. E se o amor estiver no nosso propósito tudo isso será verdade porque, naturalmente, cada pedaço nosso estará refletindo nossa essência.

 
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