segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Sobre o Tempo

Não é preciso ter pressa, mas aconselha-se não perder tempo.

Não tenha pressa de crescer, mas não perca tempo com miudezas.

Não tenha pressa para aprender, mas não perca tempo com lições de moral.

Não tenha pressa para construir uma amizade, mas não perca tempo com olás ocasionais.

Não tenha pressa para amar, mas não perca tempo patinando sem sair do lugar.

A pressa serve para concluir, o tempo, para desenvolver.

A pressa atropela, o tempo desliza.

A pressa é cega, o tempo enxerga longe.

A pressa esconde, o tempo mostra.

A pressa esfria, o tempo aquece.

Compre bons livros, mas não tenha pressa em terminá-los.

Amadureça a cada dia, mas não tenha pressa em envelhecer.

Entenda, definitivamente, que:

Não é preciso ter pressa, mas cuide de não perder tempo.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

NAQUELA ESTAÇÃO

Liguei o rádio procurando algo novo para escutar. O carro seguia tranqüilo. Uma viagem de 10 horas. De repente, uma estação me coloca frente a frente com o Cauby: “Contigo aprendi que pode um beijo ser mais doce e mais profundo”. Foi como uma senha. Meu pensamento buscou a imagem do seu rosto - lindo, meigo, sorrindo para mim.

Meu Deus, aquele primeiro beijo quase me matou. Eu te levando para casa, o clima entre nós já denunciando o que, por fim, aconteceu. Fiquei sem chão. Perdi a noção de mim, do mundo, de tudo. Era verdade: Pode um beijo ser mais doce e mais profundo.
De repente outra frase, e mais outra e mais outra. Meu pensamento preso num turbilhão de imagens de você:
“Contigo aprendi:
Que existem novas e melhores emoções
A conhecer um mundo novo de sensações
Que a semana tem bem mais que sete dias
Fazer maiores, as pequenas alegrias.
A ser alegre, eu contigo aprendi.
Por que não fui eu a escrever essa música? Ela fala tudo que eu deveria ter falado para você.

Não tinha mais para onde fugir. Dentro daquele carro meu coração esperava, pacientemente, que o resto de mim se dobrasse a todas as evidências: Eu te amei tanto, tanto. Tão forte, tão intenso, tão profundo, como foi também o medo que eu sentia por te amar. E ainda nós, num atalho da vida, vivendo pedaços da vida um do outro. Me sentia indefeso, pequeno, frágil. Me sentia deslocado, fora do seu mundo, sem saber se o meu lhe faria feliz.

Eu já nem enxergava mais a estrada. Chorava como um louco.
Precisava admitir para mim e fazer chegar isso até você.
EU TE AMEI MUITO.
Mais do que a soma de todos os meus amores. Mais do que eu amava a mim mesmo.


Parei o carro e nem assim o rádio teve pena de mim.
“Contigo aprendi
Que sua presença eu não troco por nenhuma
Que posso ir-me qualquer dia desse mundo (porque) as coisas boas eu contigo já vivi”.

Fui tão falho com você. Nem deixei você perceber o quanto te amava (acho que nem eu mesmo me dava conta disso). Eu devia ter parado a minha vida e canalizado toda minha energia para você. Mas aí veio aquela foto, com aquele beijo. Tudo certo, porque nosso acordo permitia isso. Cada um no seu mundo, não era? Faço até idéia do que você teve que agüentar. Mas eu não agüentei. A foto? Hoje sei, foi uma desculpa. Meu medo era o grande culpado. Vi que ia me perder em você. Que já nem tinha senso do que era certo, errado, correto.

Ali, no acostamento da estrada revivi quase todas as nossas emoções.
Fazer amor no corredor, por não dar conta de chegar até o quarto. Lembra?
Sentir saudades de você com você ali, ao meu lado. Que coisa doida.
Ver você, pacientemente, transformar sacolas em triângulos. Nunca imaginei você com tamanha delicadeza.
Tomar conta do seu sono, e enquanto você dormia, alisar seu cabelo, suas costas. Ninar você.
Me perder no seu sorriso... quantas vezes fui embora desse mundo, para um lugar de paz, levado pelo seu sorriso....

Você é a mulher da minha vida. O meu grande amor. A minha grande paixão. Você é aquela que irá ficar em todas as minhas boas lembranças da vida.
Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida eu vou te amar.

Não se assuste. Você não tem que responder. Eu não quero nada a não ser declarar isso para você. Você tem o direito de saber desse amor para quando alguém lhe perguntar: - “E você, já foi amada?”, você possa responder: - “Sim. Muito.” E diga mais. Diga, “que eu nasci, no dia que te conheci”.

Incongruências

Como podia dar certo?
Eu sou montanha, você é mar..
Eu, trilha. Você, quadra.
Eu, jazz e blues. Você? Samba e Axé.
Eu, vinho. Você, chopp.
Eu, teatro. Você? barzinho.

Como poderia dar certo?

Eu, amor. Você, paixão.
Eu, prá sempre. Você, por enquanto.
Eu, "te espero". Você? "Até logo".

E mesmo assim, te amei tanto!!!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Lições para a Vida

1. Dê mais às pessoas do que elas esperam e o faça com alegria.

2. Decore o seu poema favorito.

3. Não acredite em tudo que você ouve, não gaste tudo que você tem nem durma tanto quanto você queria.

4.
Quando você disser "Eu te amo", seja verdadeiro.

5. Quando você disser "Sinto muito", olhe a pessoa nos olhos.

6. Fique noivo pelo menos seis meses antes de se casar.

7. Acredite em amor à primeira vista.

8. Nunca ria dos sonhos de outra pessoa.

9. Ame profundamente e com paixão. Você pode se machucar, mas é a única forma de viver a vida completamente.

10. Em desentendimentos, brigue de forma justa. Não use palavrões.

11. Não julgue pessoas pelos seus parentes.

12. Fale devagar, mas pense com rapidez.

13. Quando alguém perguntar algo que você não queira responder, sorria e pergunte: "Por que você quer saber?"

14. Lembre-se que grandes amores e grandes conquistas envolvem riscos.

15. Ligue para sua mãe.

16. Diga: "Saúde" quando alguém espirrar.

17. Quando você perder, não perca a lição.

18. Lembre dos três R's: Respeito por si próprio, Respeito pelo próximo, Responsabilidade pelas suas ações.

19. Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade.

20. Quando você se der conta que cometeu um erro, tome as atitudes necessárias.

21. Sorria ao atender ao telefone. A pessoa que estiver chamando ouvirá isso em sua voz.

22. Case com um homem/mulher com quem você adore conversar. Ao envelhecerem, suas aptidões de conversação serão tão importantes quanto qualquer outra.

23. Passe mais tempo sozinho.

24. Abra seus braços para mudanças, mas não abra mão de seus valores.

25. Lembre-se de que o silêncio às vezes é a melhor resposta.

26. Leia mais livros e assista menos TV.

27. Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar mais velho e olhar para trás você poderá aproveitá-la mais uma vez.

28. Confie em Deus, mas tranque seu carro.

29. Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo que puder para criar um lar tranqüilo e com harmonia.

30. Em desentendimentos com entes queridos, enfoque a situação atual. Não fale do passado.

31. Leia o que está nas entrelinhas.

32. Reparta o seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade.

33. Seja gentil com o planeta.

34. Reze. Há um poder imensurável nisso.

35. Nunca interrompa enquanto estiver sendo elogiado.

36. Cuide de sua própria vida.

37. Não confie em um homem/mulher que não fecha seus olhos quando beija.

38. Uma vez por ano, vá a algum lugar onde você nunca esteve antes.

39. Se você ganhar muito dinheiro, coloque-o a serviço de ajudar outros enquanto você for vivo.
Esta é a melhor satisfação da riqueza.

40. Lembre-se que não conseguir algo que você deseja às vezes é um golpe de sorte.

41. Aprenda as regras e quebre algumas.

42. Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele onde o amor um pelo outro é maior do que a necessidade de um pelo outro.

43. Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para consegui-lo.

44. Lembre-se que seu caráter é seu destino.

45. Usufrua o amor e a culinária com abandono total.

domingo, 21 de outubro de 2007

Um é um. Dois é mais que dois.

Ser sozinho é bom. Solitário, nem pensar. Mas o bom mesmo é sermos mais que um. Quando temos alguém nossa visão de mundo se multiplica. Tem o “eu” que vive em mim, o “eu” que vive no outro e tem o “nós”.
O “eu” que vive em mim já é mais do que o “eu” sozinho, porque é mais feliz, menos ranzinza, menos egoísta. É um “eu” incondicional, que pensa o mundo e não somente a jurisdição do meu olhar. Um “eu” que sonha. Não é legal?

Tem também outro “eu”, o que vive em você, o meu “eu” melhorado. Ele é mais vitaminado, enriquecido pela abordagem que você dá ao meu pensar. Penso, manifesto, você analisa e amplia. Olha aí o meu “eu” melhorado. Ele é filtrado pela forma como você vê o mundo. Quanto mais nos identificamos, mais o meu “eu” melhorado cresce. Também pode acontecer dele ser diminuto, se nossa relação não é boa. Ele se torna dividido, pequeno, castrado. Esse “eu” morre logo, mas o normal é a relação morrer antes. Ninguém agüenta um “eu” castrado.

E o “nós”? Já parou para pensar sobre o “nós”? Ele representa tudo aquilo que nem sou eu nem é você. Aquilo que nasce com o nosso relacionamento, com o nosso gostar. “Nós” só existe a partir de dois “eus” melhorados. É a ausência do egoísmo, do personalismo, da obsessão. É a expressão do amor, quando dois “eus” se fundem. Não é fácil achar isso. Mais fácil é achar muitos pares de “eus”.

Então, soma aí: Quando você se relaciona você não é mais um. Você é....três. O seu “eu”, o “eu” melhorado e o nós. E você e a pessoa amada não formam um casal. Tem o seu eu, o eu do outro, os “eus” melhorados (um de cada um) e o “nós”. Claro que só vai ter um “nós”, né? Se tiver dois, alguma coisa está errada.
Dois “nós” são como dois relógios. Quem usa dois relógios nunca sabe a hora certa e quem tem duas agendas acaba perdendo compromissos. Dois olhos e duas imagens também não dá certo.
Dois olhos e uma só visão. Assim é o “Nós”. Só pode ter um.

Por fim, esqueça toda a brincadeira matemática de somar “eus”. O mais importante é que um “eu” é pouco, e um “nós” não é a soma de dois “eus”. Mais simples, impossível.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Que é autoridade?

Essa pergunta saiu meio que de repente. Estavamos passeando de carro e de repente a pergunta brotou quase que por encanto.

Fiquei dividido entre responder um mero "sei lá" e deslanchar uma tese de doutorado. De relance, entre um e outro, me lembrei da Hannah Arendt. Lá pela página 127 do seu livro ela diz: Não existe mais autoridade. Depois conserta um pouco: Talvez exista, mas só a autoridade dos pais já que "é uma necessidade natural, requerida, obviamente, tanto por necessidades naturais (o desemparo da criança), quanto por necessidade política (a continuidade de uma civilização estabelecida, que somente pode ser garantida se os que são recém-chegados por nascimento forem guiados através de um mundo preestabelecido no qual nasceram como estrangeiros)".
Coloquei umas aspas porque o pensamento e a idéia são dela, mas acho que o texto original não está da forma que escrevi.

Bacana isso! Concordo com ela. Mas discordo quando ela diz que, no mais, a autoridade acabou.Acabou nada!!! Talvez, a autoridade constituida, a por decreto, e é bom mesmo que tenha acabado. Aliás, nunca a respeitei na íntegra.

Acredito na autoridade de quem sabe o que faz e o que fala. Reconheço autoridade em quem demonstra o conhecimento e a competência para que eu possa, não cegamente, me orientar por seus ensinamentos.
Assim, claro que existe autoridade. E como é que as coisas se processam? Você procura quem sabe, ou diz que sabe, e dá um voto de confiança, como fazem aqueles softwares que nos permitem usar por um tempo para conhecer sua funcionalidade. O chamado "demo". Passado o prazo, ou o merecedor da condição de autoridade diz a que veio ou você trava o sistema, e não permite que ele(ou ela) fique verbalizando abobrinhas.

Voltando a Hannah Arendt, concordo com ela de que a autoridade constituida acabou. Ninguém dá uma procuração sem prazo de validade. Na política, damos procuração nas urnas mas já não aceitamos ser por 4 anos. Não disse a que veio, não materializou as propostas, colocamos a oposição para dar um jeito neles. É assim a democracia.

Então a conversa evoluiu e o passeio foi ótimo. Nem me lembro qual era a paisagem fora do carro. Só sei que terminamos o passeio mais cultos e evoluidos, com novas visões de autoridade:
aquela que detém o conhecimento (que para mim é a mais válida), a autoridade para com os filhos (que não nos alongamos porque a Hannah Arendt é fácil de pesquisar no Google) e a autoridade requerida; aquela que se pede um voto de confiança para realizar coisas nas quais acreditamos e que, graças a Deus, teve seu prazo bem reduzido.

E viva a democracia, que nos permite negociar a troca de autoridade entre os poderes, para evitarmos o mando indevido, a autoridade cega, o autoritarismo.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Batismo de Sangue

Vi o filme com um misto de entusiasmo e descrença.
Entusiasmo com o cinema nacional, com o resgate de um passado sombrio para que as novas gerações saibam o que aconteceu, sintam o horror daquela época e se comprometam na manutenção da democracia a qualquer custo.

Descrença com o Governo atual. Que lástima. Que tristeza ver aonde foi parar os ideais daquela época.
Frei Beto, José Dirceu, Genoíno e muitos outros. Que tristeza ver o que o poder é capaz de fazer com os ideais e a moral de um homem. Parece que tudo foi em vão.

Mais triste ainda fazer parte daqueles que cresceram com o PT, que votaram anos e anos nos seus candidatos, a espera do dia em que os fundamentos, princípios e a ética do partido estivessem a serviço do povo brasileiro.

Seria muito bonito ver um filme desses num país governado éticamente por aqueles que, um dia, tiveram um sonho libertário. Mas não foi o que aconteceu.

Assim como o Frei Tito, massacrado pelas lembranças do cárcere e da tortura, se liberta no suicídio, matando de vez seus torturadores, como um teatro "noir" nossos libertadores se vendem ao poder, matando de vez o sonho de honradez e ética, fazendo renascer a ausência de moralidade do período negro desse país.
Por quem os sinos dobram?????
 
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