quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Desamizar (ou, A Culpa é do Verbo)

Tenho um amigo que não é mais.
Melhor explicando, tenho um ex-amigo. 

O que aconteceu? Desamizei dele.
Existe o verbo? Fui pesquisar. 
Claro que não existe. Existe "Fazer Amizade" e "Desfazer Amizade". 

FAZER seria Verbo de Ligação e até que estaria certo porque buscando amizades queremos fazer ligação com alguém. 

Ah! Mas a vida não é tão simples assim.

Os Verbos de Ligação indicam uma Qualidade do Sujeito e, nesse caso, não basta o sujeito ter qualidade. Tem que ter ação para que um sujeito faça amizades. 

Então, o verbo tem que mostrar Qualidade do Sujeito (que é o que os verbos de ligação fazem) e, ainda, que esse sujeito pratique a ação. 



Verbos que denotação Ação do Sujeito (e até podem mostrar a qualidade dele) são os verbos TRANSITIVOS. Pode ser Diretos, Indiretos, ou os dois. 

TRANSITIVO quer dizer, segundo o Aurélio "que não permanece, que dura pouco; passageiro; transeunte; transitório".

Agora entendi porque a amizade acabou. 


E eu aqui achando que era porque ele era chato e sistemático....kkkk

terça-feira, 15 de setembro de 2015

DA ESTRANHA ARTE DE PERDOAR

Estou eu aqui, acordado, às 5 da manhã, pensando
em como posso fazer para me perdoar.

Claro! Uma atitude egoista.
Egoista como foi depender de alguém e esquecê-la, quase que completamente,
quando passei a me sentir realizado.
Prá não ser injusto também comigo, o esquecimento tinha duas características:
Ela estava sob a guarda de pessoas queridas e de confiança;
Eu até tentei, mas não tinha como tê-la perto de mim naquele instante.

Agora me vem a condição de julgar a situação e me posicionar.
Não tenho como. Não tinha os olhos na situação.

Perdoar?
O que e a quem?
Perdoar a mim pela distância e falta de zêlo? Pela confiança excessiva?
Por uma fatalidade que pode ter sido prevista e premeditada?
Pela índole de alguém?
Não tenho como fazer isso.

Posso sim, recebê-la de volta, de braços abertos.
Posso dobrar meu carinho. Posso conviver com minha falta.
Posso olhar para ela e não esquecer do acontecido.
Posso deixar também que outros não esqueçam, quando olharem prá mim.

E fica cada um com sua falta, com sua culpa, com sua história.
E ninguém saberá mesmo o que houve, a não ser quem, pelo momento e motivação,
sabe realmente o que fez.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Minha Sanidade é Cor de Rosa

Passei por ela e sorri. Uma? Não. Milhares de vezes.
Aquele batom cor de rosa não sorria para mim.

Passei a esperar um sorriso, e acreditar que ele viria, um dia.

Sempre na mesma hora, nos mesmos dias, eu cruzava com aquele lindo batom cor de rosa.
Mas sorriso que era bom, ele não dava.

Esperar aquele sorriso passou a ser uma obsessão. Sonhava com ele.

E ele veio, calmo, tranquilo, perfeito.
Primeiro veio o olhar. O olhar me sorriu. Mas foi tão rápido, tão inesperado que acreditei mesmo que era fruto da minha imaginação.

Esperei dias até que pudesse ver aquele batom de novo. E o sorriso do olhar veio de novo.  Durou apenas um ínfimo de segundo. Aquele onde nossos olhos se cruzaram. Os olhos apenas brilharam e logo foram dirigidos para o chão. Os olhos? Lindamente tímidos.

Dos olhos o sorriso desceu para os lábios. Até que enfim aquele batom cor de rosa percebia minha existência.

O sorriso nasceu no canto dos lábios que, também tímidos, apenas arquearam um pouco. Mas eu percebi. Estava tão atento que percebi. Olhei para os olhos dela que também sorriam. Meu dia se iluminou.

Nos dias seguintes a chuva me obrigou a viver da lembrança daquele sorriso. E tanto tempo se passou que, hoje, acredito mesmo que sonhei tudo isso.

Não me importam os reservatórios, o aquecimento global, a seca na agricultura. Quero que pare de chover imediatamente. Preciso de um sorriso para atestar minha sanidade.


 
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