domingo, 9 de novembro de 2008

Desalento....

"Sim, vai e diz
Diz assim
Que eu rodei
Que eu bebi
Que eu caí
Que eu não sei
Que eu só sei
Que cansei, enfim
Dos meus desencontros
Corre e diz prá ela
Que eu entrego os pontos"


Desalento - Chico Buarque

O que restou

Meu coração passou a noite em claro, te esperando. Mas você não veio.
Não veio porque seu coração, talvez, já nem saiba mais onde estou.

Meu corpo ficou a espera do seu corpo para ser feliz. Mas você não veio.
Não veio porque seu corpo talvez já não precise do meu corpo para se aquecer.

Minha alma queria viver com sua alma, até o fim da eternidade. Mas você não veio.
Não veio porque sua alma já não acredita mais em nós.

Porisso é que hoje:
Existe um coração em desespero,
Um corpo em solidão,
Uma alma em desalinho.

O preço da vida

"O preço da vida se paga é vivendo, impávido, e recordando fiel o que dela foi dor ou contentamento.... Mais vale errar, se arrebentando, do que poupar-se para nada. O único clamor da vida é por mais vida bem vivida. Essa é, aqui e agora, a nossa parte. Depois, seremos matéria cósmica, sem memória de virtudes ou de gozos. Apagados, minerais. Para sempre mortos."
Darcy Ribeiro, Confissões

sábado, 8 de novembro de 2008

Benvinda

"Dono do abandono e da tristeza
Comunico oficialmente que há um lugar na minha mesa
Pode ser que você venha por mero favor, ou venha coberta de amor
Seja lá como for, venha sorrindo
Ah, benvinda, benvinda, benvinda
Que o luar está chamando, que os jardins estão florindo
Que eu estou sozinho
Cheio de anseio e de esperança, comunico a toda gente
Que há lugar na minha dança
Pode ser que você venha morar por aqui, ou venha pra se despedir
Não faz mal pode vir até mentindo
Ah, benvinda, benvinda, benvinda
Que o meu pinho está chorando, que o meu samba está pedindo
Que eu estou sozinho
Vem iluminar meu quarto escuro, vem entrando com o ar puro
Todo novo da manhã
Oh vem a minha estrela madrugada, vem a minha namorada
Vem amada, vem urgente, vem irmã
Benvinda, benvinda, benvinda
Que essa aurora está custando, que a cidade está dormindo
Que eu estou sozinho
Certo de estar perto da alegria, comunico finalmente
Que há lugar na poesia
Pode ser que você tenha um carinho para dar, ou venha pra se consolar
Mesmo assim pode entrar que é tempo ainda
Ah, benvinda, benvinda, benvinda
Ah, que bom que você veio, e você chegou tão linda
Eu não cantei em vão
Benvinda, benvinda, benvinda. benvinda, benvinda"


Letra e música de Chico Buarque

Se não fosse assim, não seria eu.

Tenho amigos de todos os tipos:
Alguns me cobram a expressão do meu sentimento. Uns, mais frios, acham que falta racionalidade no meu sentir. Outros, que sentem tanto quanto eu, usufruem a vida de uma maneira mais intensa. Há os que não se importam, e os que nem sabem que algo estava acontecendo.

As pessoas nos percebem como uma extensão do sentimento delas, da forma como encaram a vida. Estranham quanto constatam que não iremos agir do "jeito mais lógico", da "forma mais sensata", ou adotar "a única solução possível".

Em meio a um mar de normalidade e pragmatísmo, damos braçadas como um náufrago, tentando não deixar afogar o nosso sentimento, a nossa visão do mundo, a nossa forma de ver a vida.

Somos estranhos? Talvez. Diferentes? Possivelmente. Mas não estamos aqui para viver a vida dos outros. Não nascemos com uma procuração na mão, nos dando o direito ou a prerrogativa de viver a vida dos outros. Viver a nossa já está bom demais para uma encarnação.

Pessoas como nós vivem a vida intensamente, mas é na perda que nos damos conta da nossa real condição de humanos.
Podemos não sofrer (porque perder faz parte da vida), lamentar profundamente ou, fingir que não é com a gente.
Podemos acreditar que a culpa é do outro e, às vezes, até apostar que a outra parte está sofrendo mais do que nós, como se isso fosse algum gel reparador de contusões amorosas.

Mas o melhor é nos recolhermos, reviver emoções e lembranças, guardar frases e palavras, tudo isso lá no fundo do peito, junto com aqueles momentos que não gostaríamos que fossem levados pelo esquecimento.
Queremos dizer para nossos netos: - Amei! Amei muito. Teve um amor, uma vez, que.... e por aí vai. Netos adoram histórias de amor.

E ao nos reencontrar com a solidão, dizer: - Tô de volta, certos de que estamos protegidos, porque a solidão é um sentimento interno, invisível. Ninguém enxerga as ausências que a gente carrega.

Como bons anfitriões, vamos acompanhar o amor até a moradia do esquecimento, guardar o que de melhor existiu para contar aos netos, refletir sobre como foi, o que deu errado e, cresçer.
Cresçer como pessoa, como seres humanos para, mais uma vez, amar de novo, acreditar novamente. Porque a vida, a vida é um ir e vir constante.

Já lí por aí que "o destino do amor é a despedida". Mas a Maria Rita me diz que "o trem que chega é também o trem da partida. A vida se repete na estação". Então não é só despedida.

Eu sou assim, e meus amigos gostam de mim por eu ser assim.
Outros me toleram, me admiram ou lhes sou indiferente.

Mas, se eu não fosse assim, não seria eu, concorda???

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Quem?

Quem vai te levar para onde os sonhos podem ser tocados,
Onde o amor, intenso, lhe protege do desengano e da solidão?

Quem vai te aconchegar ao peito,
Quando seus dias forem tristes
Ou a ansiedade e a dor explodirem dentro de você?

Quem vai tocar seu corpo e nele colocar febre,
E mesmo no fogo que lhe queima,
fazer com que tudo seja suave, puro e divino?

Quem vai colorir seu sonho,
Acompanhar seu sono,
Cuidar de você prá você dormir?

Quem, na doce esperança de um futuro
Vai lhe dizer, com lágrima nos olhos,
Você é tudo prá mim?

O que é o amor?





clique no link do titulo.


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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Encontros e Despedidas

"Tem gente que chega prá ficar
Tem gente que vai prá nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar"

Encontros e Despedidas - Maria Rita

Não olhe prá trás...

Antes falamos de escolhas. Agora vamos falar de Olhar para trás.


Saiba que não olhar para trás não é ensinado ou, se é, vem como conselho.
E conselho é uma coisa esquisita. Prestamos atenção, mas não ouvimos.
Ouvimos, mas não praticamos.

Olhamos para trás porque sempre temos dúvidas ao decidir, e queremos acompanhar a alternativa desprezada para que ela, e não nós, afirme que escolhemos a opção correta.

Anota aí:
Nas escolhas, NUNCA devemos olhar para a alternativa desprezada.
Se não foi a que escolhemos, ela não existe mais.
Olhar para ela é nos amarrarmos ao sofrimento, ao arrependimento, à dor do que poderia ter sido, mas não foi.

Ao invés de apostarmos todas as nossas fichas na alternativa que escolhemos e FAZER dar certo, ficamos esperando que a opção desprezada julgue nossa decisão.

E vamos fazendo isso até que a dor
- que sempre acompanha essa situação - nos ensina que é melhor não olhar para o que ficou para trás.
Lembra da mulher de Ló ? Ló, sobrinho de Abraão, ganhou a oportunidade de sair com a família da cidade de Sodoma, que seria destruida por fogo e enxofre (Credo!).
E a mulher dele acreditou? Nada. Foi olhar para trás para conferir se a opção que Deus indicou era a mais certa. Pode???? Virou Estátua de Sal. Bem feito.

Que sorte a nossa, que sofremos um pouco, ganhamos algumas rugas, mas ficamos livres de virar tempero.


Decidir tanto é mais doloroso quanto maior for a importância da decisão. Em alguns momentos, as mudanças que nos chegam são tão estruturais, que mexem com nossas verdades. Quer alguns exemplos: Trocar de emprego, mudar de cidade, de país.
Isso tudo é muito difícil de decidir. Mas, decidindo, precisamos olhar para a opção escolhida, sempre.

E tem coisa pior que promover mudanças estruturais? Tem. Pode apostar que tem.
É voltar atrás numa decisão que, pensamos, era a mais acertada e correta.
Devemos rever uma decisão quando não estamos sendo felizes, ou ela não está nos trazendo paz, ou não está nos levando para uma condição melhor que a anterior.
Precisamos nos perdoar, ou perdoar alguém. Precisamos reconstruir caminhos, remexer sentimentos, voltar a acreditar.

O exercício do perdão é, certamente, uma das últimas lições da vida. O verdadeiro perdão é algo dificílimo de aprender.
Talvez seja por isso que tememos as escolhas, ficamos em relacionamentos que não dão certo, em empregos que nos oprimem.
Não é o medo de decidir. É o medo do perdão. Se errarmos, seremos perdoados?

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Nossas Escolhas....

As escolhas são sempre nossas.

Podemos ler um livro, entrar num Blog, assistir à TV. A escolha é nossa.
Podemos concordar ou não com o que está ali sendo dito ou escrito.
Podemos achar que aquilo serve ou não para nós.
A escolha será sempre nossa.

Podemos nos esconder atrás de desculpas, da raiva, do rancor.
Ou podemos ir ao encontro da verdade, abrir o coração, dialogar de fato.

Podemos ficar esperando que nos liguem. Talvez até já o tenham feito, duas, três, quatro vezes.
Podemos nos desculpar que o celular estava perdido, sem bateria, ou até que não seremos entendidos ao conversar.

Podemos dar um tempo, achando que ele, o tempo, é o senhor da razão.

Podemos achar que todos sabem. Ou, talvez, os fatos ainda estejam no âmbito dos envolvidos, e somos nós quem, na ânsia da defesa, estamos espalhando versões.

Podemos criticar o discurso, podemos filosofar sobre o poder.

Podemos tudo, porque nossas escolhas é que irão tecer a trama do nosso destino.
Só não podemos é culpar os outros por nossas faltas.
Ou, talvez, possamos isso também. se a raiva e o orgulho não permitirem que a gente as enxergue a tempo.


São escolhas, né???

Não quero esquecer nada.....

Se eu pudesse tirar as coisas que trago no meu peito, eu não tiraria.
Se eu pudesse refazer tudo que foi feito, eu não mudaria nada.
Se eu tivesse o poder de parar o tempo, mudar o mundo, eu nada faria.

Porque é assim que deve ser.
Porque é de nós a razão e o erro, a verdade e o perdão, a luz ou as trevas.
Também é nossa a espera ou a coragem, o orgulho e o medo, o reencontro ou o adeus.
Podemos nos esquecer de nós justificados pela culpa de nossos defeitos, ou pela sobriedade de nossas virtudes.

Não tenho certeza de nada.
Mas, tenho certeza de que, por tanto amor,
se meu coração pudesse pensar, pararia.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Quem sou eu ?

Eu sou aquele a quem a vida ensinou na carne.
Sou quem lutou para construir princípios e valores. E se desesperou ao reconhecer que alguns não eram mais válidos, frente a novos paradigmas.

Eu sou aquele que procurou retidão, certeza e concretude para se firmar como humano.
E descobriu que para ser humano é necessário ser imperfeito, não contar com a certeza, "tortuar" por caminhos sombrios e se apoiar no vazio.

Eu sou aquele que prometeu amor infinito, e descobriu que o amor não prospera sem o perdão, a compreensão das diferenças e o diálogo como exercício do entendimento.

Eu sou quem se imaginava puro, e descobriu que o ser humano tanto é melhor quanto mais se mistura ao mundo, quanto menos espera dos outros e mais doa de si.

Eu sou quem se imaginava perfeito e aprendeu, com a vida, que os enganos acontecem, que as pessoas nos magoam. Que não fazem por mal ou propositadamente, mas o fazem porque também se imaginam perfeitas, e não estão dispostas a reconsiderar.

Eu sou aquele que buscava a união, mas descobriu que nada é eterno e duradouro, e que a união só existe enquanto você acreditar que ela exista. A confiança é a chave de tudo.

Eu sou aquele que se imaginava forte, até que a vida lhe tirou coisas valiosas. E que, no desespero, aprendeu que nada é para sempre. Que pessoas morrem e amores também.

Eu sou aquele que procurava afeto e aprendeu, na vida, que afeto não se compra, não se pede, não se espera. Afeto é dado quando merecemos. E mesmo quando merecemos, devemos estar diante de pessoas que o tenha para oferecer.

Sou quem sempre quis o certo, mas muitas vezes não foi feliz com ele. Quem aprendeu a deixar o coração se sobrepor à razão para que a felicidade tivesse alguma chance de se fazer presente. Mas sou também aquele que fez valer a razão quando a felicidade já não mais existia.

Eu sou o resultado das minhas escolhas, das minhas mágoas, dos meus amores.
Eu sou um ser em mutação, em construção, em desalinho.
Eu sou eu, determinado e perseverante, na busca do melhor de mim.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Prá valer a pena...

Todos queremos uma relação.
Muitos a querem a qualquer preço, a qualquer custo.
Outros não. Querem uma relação que valha a pena.

Uma relação que não seja fruto de uma necessidade minha ou sua.
Que não seja remédio para frustrações, solidão ou desengano.
Que não seja antídoto para amores perdidos.
Que não seja a oportunidade para o sexo fácil, grátis, sem compromisso.

Quero uma relação que seja a oportunidade para eu exercitar o sentimento do amor.
Que seja palco para eu ensaiar o melhor de mim.
Que seja a motivação para os meus versos, minha poesia.
Que seja a realidade dos meus sonhos, a expressão dos meus melhores desejos.

Quero aprender muito de você.
Manter o seu corpo junto ao meu, trocar suores e carinhos.
Quero o seu hálito, o seu fogo, seu desejo de amor e de sexo.
Serei seu conforto, seu porto seguro, sua opção de descanso.
Serei sua paz.

E quando formos tudo isso.
Não serei mais eu e nem será você.
Seremos nós.
E a nossa individualidade será somente.
O esteio de nós dois.

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Doa-se um coração pronto para amar.
Procura-se uma casinha para morar.
Entrega-se carinho e afeto.
Espera-se receber o mesmo.
Produz-se beijos e loucuras.
Necessita-se de liberdade e desvarios.
Oferece-se companhia.
Procura-se caminhar de mãos dadas.
Oferta-se dois olhos castanhos.
Procura-se lábios rosa ou carmim.
Vende-se uma samambaia em flor
Procura-se quem, junto comigo, queira produzir amor.

sábado, 1 de novembro de 2008

Vida

"Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar,mas também já decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
"quebrei a cara muitas vezes"!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi, e ainda vivo!
Não passo pela vida…
E você também não deveria passar!

Viva!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é "muito" pra ser insignificante."


Augusto Branco
 
BlogBlogs.Com.Br