terça-feira, 1 de setembro de 2015

Minha Sanidade é Cor de Rosa

Passei por ela e sorri. Uma? Não. Milhares de vezes.
Aquele batom cor de rosa não sorria para mim.

Passei a esperar um sorriso, e acreditar que ele viria, um dia.

Sempre na mesma hora, nos mesmos dias, eu cruzava com aquele lindo batom cor de rosa.
Mas sorriso que era bom, ele não dava.

Esperar aquele sorriso passou a ser uma obsessão. Sonhava com ele.

E ele veio, calmo, tranquilo, perfeito.
Primeiro veio o olhar. O olhar me sorriu. Mas foi tão rápido, tão inesperado que acreditei mesmo que era fruto da minha imaginação.

Esperei dias até que pudesse ver aquele batom de novo. E o sorriso do olhar veio de novo.  Durou apenas um ínfimo de segundo. Aquele onde nossos olhos se cruzaram. Os olhos apenas brilharam e logo foram dirigidos para o chão. Os olhos? Lindamente tímidos.

Dos olhos o sorriso desceu para os lábios. Até que enfim aquele batom cor de rosa percebia minha existência.

O sorriso nasceu no canto dos lábios que, também tímidos, apenas arquearam um pouco. Mas eu percebi. Estava tão atento que percebi. Olhei para os olhos dela que também sorriam. Meu dia se iluminou.

Nos dias seguintes a chuva me obrigou a viver da lembrança daquele sorriso. E tanto tempo se passou que, hoje, acredito mesmo que sonhei tudo isso.

Não me importam os reservatórios, o aquecimento global, a seca na agricultura. Quero que pare de chover imediatamente. Preciso de um sorriso para atestar minha sanidade.


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