domingo, 30 de novembro de 2008

Quando é que a gente envelhece?

Pergunta boba essa.
Claro que a gente começa a envelhecer quando nasce, e não para mais.

Mas, se todos envelhecemos ao mesmo tempo - porque o tempo é igual para todos - então estaremos todos com a mesma idade relativa. Eu sou mais velho que você 10 anos, e serão 10 anos até eu morrer, não é mesmo???

Nâo, não é assim.
Envelhecer não tem a ver com a idade cronológica. Eu posso ser mais velho do que você, e você ter mais idade que eu.

O conceito de envelhecer tem que ser entendido de outro modo. Ele está profundamente ligado ao motivo pelo qual estamos aqui. E estamos aqui para viver, viver intensamente. Se deixamos de viver, estamos envelhecendo. Se deixarmos de viver completamente, então estamos mortos em vida.

É como ir ao Shopping. Quando é que você sente que precisa ir embora? Quando não quer ver mais vitrines, entrar em lojas, observar pessoas.
Você já cansou de estar no shopping. Aí é hora de voltar para casa.
Envelhecer é a mesma coisa. É quando você cansa de viver.

Para viver construimos crenças e valores, que damos o nome de paradigmas.
Paradigmas são um conjunto de normas que estabelecem condições, limites para o nosso viver. Muito antes de serem coisas ruins, são facilitadores do nosso viver.

A arte de viver está em evoluir nos seus paradigmas.
Não podemos ainda insistir que mulher não sabe dirigir, que policial é profissão de homem, que o amor é uma condição hetero, que pessoas com mais de 40 anos estão velhas, que é correto matar em defesa da honra, que casamento é prá sempre, que filho tem que ter um pai, que o uso de células tronco é pecado ou que o corpo da mulher não lhe pertence e aborto é um ato criminoso.

Nós emprestamos nossos valores à sociedade que os processa e nos devolve em termos de paradigma. E a sociedade evolui, muda os paradigmas e nos convida a mudar também.
Quando não mudamos, quando ficamos apegados às verdades apodrecidas de realidades passadas, envelhecemos.

Precisamos estar atentos ao novo, ao que vem para mudar o mundo, a realidade. Se não damos conta de promover a mudança, sermos emissários de novos paradigmas, ao menos precisamos estar aberto para entendê-los e aceitá-los. Saber que tudo tem seu tempo debaixo do sol.

A vida está modificando a própria vida. Precisamos vir ver. Precisamos viver.
Ame, ame profundamente, ame sem distinção de tempo, de idade, de sexo, de religião, de cor.
Aceite as mudanças, contribua com elas.


Você ainda acha que filho tem que ter um pai? Pois lhe digo, filho tem que ter quem o ame. Esse será o seu pai.

Não acredita? Então, que a velhice lhe seja leve.

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